terça-feira, 20 de outubro de 2015

Fosfoetanolamina sintética: Cura, ilusão ou promessa?

Esse provavelmente será meu texto final sobre a polêmica da fosfoetanolamina sintética. Não sou médico, não sou químico, não sou farmacêutico. Mas com um pouquinho de conhecimento dá para ver que muita coisa não está clara sobre essa substância. Bastou alguns minutos de Google para sair com mais dúvidas do que entrei no assunto.

FATOS:

A substância era fabricada no Lab. De Química do Campos de São Carlos da USP. Um químico, hoje professor aposentado, Dr. Gilberto Orivaldo Chierice ( https://uspdigital.usp.br/tycho/CurriculoLattesMostrar?codpub=E7A0B2BCE4AE ) sintetizou essa substância que tem presença anormal em células neoplásicas. Ele imaginou que poderia ser um marcador que auxiliaria o sistema imunológico a identificar e destruir essas células.

O primeiro ponto estranho é que o Sr. Chierice afirma ter sintetizado a “fosfo” nos anos 80. Porém, estudos publicados sobre essa substância no combate ao câncer aparecem em seu currículo por volta de 2005, aonde ele figura como um dos autores dos estudos (vide CV acima)

Boa parte dos estudos sobre as ações terapêuticas da “fosfo” tem como um dos autores do Médico Renato Meneguelo (  http://lattes.cnpq.br/9925551979058002   ). Esse mesmo médico, que foi orientado do Dr. Chierice no Mestrado, aparece em vídeos do Youtube se declarando “de luto” pela proibição da substância que ele já ministra a pacientes do interior de SP.

www.youtube.com/watch?v=2QxcD0KNUUQ

Ainda sobre os fatos, existe um pesquisador que figura como primeiro autor de todos os estudos recentes da “fosfo”  também assinados pelo Dr. Chierice. Seu nome é Adilson Kleber Ferreira ( http://www.bv.fapesp.br/pt/pesquisador/71014/adilson-kleber-ferreira/ ), Farmacêutico e Bioquímico, com pós doutorado na Holanda. Nos seus estudos “in vitro” (colônia de células) e “in vivo” (ratinhos), ele deixa claro no seu último estudo (melanoma) que a droga é promissora e tem capacidade de reduzir formações tumorais de alguns tipos de câncer:

        “Taken together, our findings provide evidence that Pho-s is a compound that potently inhibits lung metastasis, suggesting that it is a promising novel candidate drug for future developments.


        http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0057937



LACUNAS:

O professor Chierice afirma em algumas entrevistas que não poderia conduzir pesquisas mais avançadas porque não “era médico”. Mas ele era o orientador do Dr. Renato Meneguele (vide CV), que aparentemente abandonou o Doutorado em 2007 cujo assunto era: “Mecanismos de apoptose em câncer de mama induzidos pela fosfoetanolamina sintética”. Ou seja, apesar de não ser médico, ele tinha como orientado um médico com bolsa, decidido a continuar estudando a “fosfo”. Pelo Lattes, fica claro o estudo não avançou.

      “EPTV - Não houve um tipo de tumor em que a eficácia foi maior?
      Não é possível fazer essa medida porque, primeiro, nós não somos médicos. Teria que ter uma parceria com o médico para ele mostrar a eficácia de cada um. Isso nunca foi feito. “


       http://forum.antinovaordemmundial.com/Topico-brasileiro-afirma-que-subst%C3%A2ncia-desenvolvida-na-usp-cura-o-c%C3%A2ncer

O Dr. Meneguele afirma no youtube que "é o médico que faz testes clínicos com a "fosfo". Porém,  não publica NADA CLÍNICO sobre o assunto!

O Dr. Meneguelo, além de supostamente não conduzir sua tese de doutorado, decidiu ministrar a substância em pacientes. Sem nenhum critério, sem nenhum estudo preliminar, sem nenhuma autorização dos órgãos reguladores.

Ou seja: Um Dr. em química, um médico com mestrado “doutorando”, um PHD em Farmácia e Bioquímica, todos com acesso à USP, melhor faculdade do país não tiverem condição de continuar a pesquisa?

Mas o Dr. Chierice teve condições de fabricar 50.000 comprimidos/ano? Com que verba?  Com autorização de quem? Por que ele afirma que não teve nenhum médico que o apoiasse? Por que Dr. Meneguelo decidiu ignorar todas as regras da bioética e passar direto para os testes (não autorizados) em humanos? Por que mesmo assim os testes não seguiram o mínimo de controle científico, com duplo cego, grupo de controle, etc? Por que não publicou NADA?!



CERTEZAS

A “fosfo” é uma substância com potencial para combater o câncer conforme estudos “in vitro“ e “in vivo”;

 Estudos “in vivo” mais específicos, em cachorros e macacos não aparecem em nenhuma busca. Porém, quem sabe, poderiam já estar sendo desenvolvidos no Instituto Royal, um dos poucos no país que tem capacidade para tal. Infelizmente, o Instituto teve suas pesquisas destruídas e roubadas por vândalos que se diziam “protetores dos animais”;

É necessário que outros pesquisadores estudem a “fosfo” para comprovar (ou não) os dados já levantados pelos doutores que a sintetizaram e estudaram;

 A fosfo, hoje, não é segura, não possui nenhuma indicação, não se conhece os efeitos colaterais, não se conhece a dosagem ideal para cada tipo de tumor nem para cada paciente (idade, peso, etc);

Solicitar o #liberaAnvisa é como querer voar em um avião sem homologação. Se pessoas começarem a morrer, quem vai ser responsabilizado? A Anvisa? A USP? O Professor aposentado? A torcida do Facebook que pediu para liberar?

Não se sabe se a “fosfo” tem realmente efeitos clínicos. De tempos em tempos, a internet é invadida por substâncias quase milagrosas que supostamente não são estudadas por “falta de interesse da poderosa indústria farmacêutica”.

Algumas, como a Vitamina C tem "estudos que comprovariam a eficácia" No caso da "fosfo", os pesquisadores tinham a faca e o queijo nas mãos. Mas decidiram seguir um caminho nada ortodoxo.

   http://www.cancerhc.com.br/2011/12/avelos-cura-e-cancer.html

   http://www.saudecompleta.com/index.php/publicacoes-cientificas/publicacoes-cientificas/oncologia/vitamina-c-cura-cancer.html

   https://nutricaobrasil.wordpress.com/2012/12/08/a-vitamina-d-pode-ser-a-cura-do-cancer/

   http://www.curapelanatureza.com.br/2008/03/receita-de-babosa-contra-o-cncer.html

    http://www.curapelanatureza.com.br/2008/09/o-alho-benfico-tambm-contra-o-cncer.html

   http://www.emedix.com.br/not/not2004/04jul15onc-mcp-tpf-talidomida.php



CONCLUSÃO.

Infelizmente, o “câncer” é um conjunto de mais de 800 tipos de doenças que tem acometido a humanidade

 É quase impossível que uma única substância seja capaz de curar todos os tipos de câncer, nos seus mais variados estados de evolução.

 A “fosfo” é uma substância que nas pesquisas preliminares mostraram bons resultados. Mais estudos deverão ser realizados.

 Uma sindicância pela USP e CRM deveriam ser instaurados para entender por que dois cientistas decidiram burlar todas as regras de ética e do método científico expondo a população a um risco grave.

Por fim, até mesmo o PHD Adilson Kleber Ferreira, aquele que aparece como primeiro autor nos estudos do Dr. Chierice dá seu veredito:

         "“O professor Gilberto é uma pessoa maravilhosa. Está pensando nos pacientes. Mas são necessários mais estudos”, diz o farmacêutico Adilson Kleber Ferreira. Ele pesquisou a ação anticâncer da fosfo no Butantan, com animais. “Existem milhares de outras substâncias em teste, com resultados tão bons ou melhores.”"

     http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/10/fosfoetanolamina-sintetica-oferta-de-um-milagre-contra-o-cancer.html

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Apagão da Verdade

Os que me conhecem pessoalmente, ou mesmo pelo Face ou Twitter, sabem que venho acompanhando e alertando sobre os riscos ao nosso sistema elétrico no Brasil.

No ano de 2014, quando passei a acompanhar o volume dos reservatórios (Sabesp e ONS), já alertava quanto a necessidade de um racionamento de água em SP e de, no mínimo, uma campanha nacional de redução do consumo de energia elétrica.

Claro que em ano de eleição, nenhum dos candidatos à reeleição sequer cogitou a ideia. Pior para a população.

A despeito da situação da água em SP estar crítica (ou mesmo desesperadora), venho dar meu palpite especificamente no sistema elétrico por ser minha área de formação e especialização. Vamos lá.

No dia 19/01, o que se dizia impossível aconteceu: 11 estados sofreram um apagão parcial de energia. Podemos ver abaixo a explicação oficial do ONS em seu site:

Nota à Imprensa (19/01/2015)
No dia 19 de janeiro, a partir das 14h55, mesmo com folga de geração no Sistema Interligado Nacional (SIN), restrições na transferência de energia das Regiões Norte e Nordeste para o Sudeste, aliadas à elevação da demanda no horário de pico, provocaram a redução na frequência elétrica. Na sequência, ocorreu a perda de unidades geradoras nas usinas Angra I, Volta Grande, Amador Aguiar II, Sá Carvalho, Guilman Amorim, Canoas II, Viana e Linhares (Sudeste); Cana Brava e São Salvador  (Centro-Oeste); Governador Ney Braga (Sul); totalizando 2.200 MW. Com  isso, a frequência elétrica caiu a valores da ordem de 59 Hz, quando o normal é 60 Hz. Visando  restabelecer a frequência elétrica às suas condições normais, o ONS adotou medidas operativas  em conjunto com os agentes distribuidores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, impactando menos de 5% da carga do Sistema. A partir das 15h45, a situação foi totalmente normalizada. Amanhã, dia 20 de janeiro de 2015, às 14h30, no Rio de Janeiro, o ONS se reunirá com os agentes envolvidos para analisar a ocorrência.
Assessoria de Planejamento e Comunicação do ONS
.


O ONS e o Ministro de Minas e Energia correram para botar a culpa em um desligamento "anormal" de algumas usinas como causa do problema. Ambos ainda deixam claro que "há energia de sobra no Brasil". A verdade é que o problema real é a falta de capacidade de geração de energia, mesmo que temporária, de atender a demanda de pico no país.

Segue abaixo, com base nas informações oficiais e dados não oficiais, uma hipótese sobre os acontecimentos do dia 19/01:

Primeiro, vamos entender o que é a frequência. No sistema elétrico, diferente de uma pilha ou bateria, o polo positivo e negativo se alternam, em ciclos de 60 vezes por segundo - 60Hz. A frequência é controlada pela velocidade em que os geradores giram. Os geradores devem girar à uma certa velocidade para manter a frequência correta. Pela Aneel, para manter a qualidade de energia, a frequência do sistema deverá ficar entre 59,9Hz e 60,1Hz. 

O interessante é que, assim como uma composição de locomotivas, todas as máquinas geradoras conectadas estão sempre na mesma velocidade. Não dá para uma andar mais rápida que a outra! Todos rodam à mesma velocidade*!

Isso torna possível tecer uma análise dos fatos. Quando o ONS informa que um apagão se dá por um curto-circuito, um raio, uma atuação indevida de proteção em alguma parte do sistema fica praticamente impossível os consumidores descobrirem o que ocorreu de fato. Mas como agora o problema foi uma redução da frequência, qualquer subestação de consumidor com uma oscilografia – que grava os parâmetros elétricos - consegue ter uma boa visão dos acontecimentos

Dito isto, vamos seguir:

Na semana passada, anterior ao desligamento, o sistema, no que diz respeito à frequência, se comportou de maneira totalmente regular:



Fonte: Particular

Podemos observar que a frequência não ficou abaixo de 59,90Hz nem acima de 60,10Hz, conforme normas.

Porém, na segunda feira, o calor excessivo fez com que houvesse recordes de demanda no sistema SE/CO e Nordeste, conforme diz o relatório oficial do ONS:


Fonte: ONS


O que isso impacta no sistema e na frequência? Simples! Quanto mais carga, mais potência o sistema exige. É como um carro em uma rodovia. Você vem em uma reta mantendo a velocidade constante, pressionando o acelerador de forma constante. No momento que em chega uma ladeira, para manter a mesma velocidade, você precisa apertar mais o acelerador.

No caso das usinas, ou aumenta a quantidade de combustível para as térmicas ou quantidade de água para hidrelétricas.

É aí que a explicação oficial começa a divergir. Para a frequência cair, é necessário que se tenha perdido geração (algum problema em usina ou linhas de transmissão) ou não tenha capacidade de gerar o que é solicitado.

A explicação do ONS e Ministro de Minas e Energia é que algumas usinas se desligaram automaticamente causando a redução da frequência:

… a partir das 14h55, mesmo com folga de geração no Sistema Interligado Nacional (SIN)...
... ocorreu a perda de unidades geradoras nas usinas Angra I, Volta Grande, Amador Aguiar II...


Ora, o que podemos ver abaixo é que desde as 13:00 o sistema começou a apresentar uma redução de frequência. Tentou-se corrigir quando a frequência chegou à 59Hz (provavelmente adicionando mais geração por volta das 13:30), mas não foi suficiente para evitar a queda contínua da frequência


 Fonte: Particular


Exatamente às 15:00 horas, conforme informado pelas concessionárias, o ONS deu a ordem para que fossem cortadas cargas. Ou reduz-se a carga ou o sistema inteiro entra em colapso. Assim, o sistema pode iniciar a recuperação, mesmo com outro princípio de afundamento por volta das 16:45.
Abaixo, podemos ver mais detalhadamente o período mais crítico. Segundo informado, algumas usinas se desligaram e este fato pode ser real, uma vez que por volta de 14:45 a redução na frequência se intensificou. A diferença é que, ao contrário do que disse o Ministro Braga, não foi por falha. Os geradores são projetados para trabalhar a 60Hz. Mesmo pequenas diferenças na velocidade das máquias são arriscadas, podem causar danos à mesmas. Por isso, quando a frequência cai, é normal a proteção desligar o gerador. Cada máquina tem sua característica e a proteção é ajustada levando isso em conta. Por isso Angra I pode ter se desligado e Angra II, por exemplo, não.


Fonte: Particular

Na prática, o que foi feito foi desconectar alguns vagões da composição antes que tudo parasse.

Por fim, tanto o ONS quanto o Ministro afirmaram que existe energia de sobra (no norte e nordeste). Só não havia, por motivos mal explicados, como transportá-la para o sudeste e centro oeste.

Mais uma vez os fatos desmentem as entrevistas. Com base no relatório oficial, o Norte está sim exportando energia (assim como o sul), mas o nordeste não! O nordeste está recebendo energia, assim como o sistema SE/CO

Fonte: ONS


A pá de cal na explicação oficial vem mais uma vez do ONS. O limite de intercâmbio entre N/NE para o sistema SE/CO é de pelo menos 3.900MW. Algo muito sério deveria ocorrer para não utilizar os outros 2.000MW que o sistema SE/CO tanto precisava para manter todas as cargas ligadas, já que no dia, a transferência era de apenas 1.735MW.


Fonte: ONS



Muito mais provável a incapacidade dos sistemas Norte e Sul de aumentar a geração para atender a geração deficiente do SE/CO e NE!


O que podemos ver com os dados do próprio ONS e alguns dados de consumidores de grande porte, é que o sistema elétrico brasileiro não foi capaz, no dia 19/01, de atender a demanda de pico. Com os reservatórios extremamente baixos (máquinas paradas e máquinas sem poder operar em sua capacidade máxima devido à “falta de força” das águas), aliado a uma dependência forte do sistema hidrelétrico, estamos caminhando para o mais sério colapso do sistema elétrico brasileiro,

Resumindo: Não, não temos excedente de energia. Não, não havia capacidade de geração no Nordeste (ele recebia parte de energia do Norte). Não, os eventos não se iniciaram às 14:48 com desligamentos de usinas e sim às 13:00 com redução da frequência causada por carga maior que a geração. Não, o sistema norte-sul tem capacidade de transferir 3.900MW e no momento crítico (15:00) estava transferindo somente 1735MW. Havia, salvo evento sério no sistema, capacidade de transferir mais potência do Norte para o SE (se houvesse capacidade de geração – que não havia).

É hora de decretar um racionamento, doa a quem doer. A hora de pedir à população que economize energia ficou em 2014. Ou racionamos ou corremos o risco de ficarmos seriamente prejudicados em 2015. São Paulo está com  falta d'água e pagando o preço caro da incompetência. Não podemos deixar o sistema elétrico “nas mão de Deus” como reza o Ministro Braga. Energia não tem volume morto!

* Os RPM das máquinas variam com o número de polos, mas a frequência é a mesma.

domingo, 19 de outubro de 2014

Porque sou #Aécio45

Porque sou #Aécio45

Há algumas semanas venho defendendo nos meus perfis meu voto em Aécio Neves. Sempre questionado sobre o porquê e como foi o governo dele em Minas (sou mineiro) decidi deixar aqui minha opinião.

Peço porém, encarecidamente, que não usem os espaços de comentários para ataques ou tentar me fazer mudar de ideia. Por mais que você possa estar certo, use seu espaço para colocar seu ponto de vista, por favor.

Primeiramente, gostaria de informar que nunca votei no Aécio. Se não me falha a memória, tive oportunidades nas duas vezes que ele foi eleito governador e quando foi eleito senador por Minas. Na verdade, sempre fui eleitor do PT, embalado pelo sonho do socialismo, da igualdade.... o sonho que sempre embala boa parte da juventude, em especial aqueles que não nasceram em berço de ouro.

Dito isso, posso com convicção crer que Aécio e o PSDB não são nem de longe a solução do Brasil.  Não tenho mais essa ilusão na vida. O PSDB e seu presidente, FHC, fizeram grandes mudanças para melhor no país. Mas os militares também. Sarney também. Até Collor e Itamar fizeram. Até um relógio parado acerta a hora duas vezes ao dia....

Antes de continuar, faço aqui um parêntese de que vou adentrar em uma área que não é a minha. Não sou economista, nem especialista, todavia leio um pouco sobre o assunto. Mas como o nome do blog é “Palpite Novo”, vou me dar esse direito de palpitar. E minha visão da história recente da economia do país é fundamental para minha escolha atual.

Antes do governo FHC, o Brasil vivia uma inflação desenfreada (mais de 900% ao ano), desemprego, um punhado de planos econômicos mal sucedidos, problemas sociais. O foco do governo então era o combate à temida inflação. Para tal, entre outros recursos, FHC lançou mão da paridade do Real com o dólar. Só que até quem não tem formação na área econômica, sabe que o que governa qualquer mercado é a oferta e procura. Não é com uma canetada que se define quanto vale um dólar. Você pode até decretar, mas só vai fazer crescer o “mercado paralelo”. Então, como FHC conseguiu manter 4 anos a tal paridade? Simples! Privatizou as estatais!

Mas como a privatização das estatais serviu para manter a paridade? Explico: Como as empresas estrangeiras vieram comprar nossas empresas “brazucas”, estas empresas precisavam de reais. Então, elas traziam dólares do exterior, vendiam esses dólares aqui para comprar os reais para comprar nossas estatais.

Pronto! Você alimentou o mercado com dólares mantendo a oferta - procura em um nível que se poderia ter uma real paridade 1 para 1. Além disso, outro recurso utilizado foram nossas “reservas cambiais”, que foram usadas para inundar o mercado com dólares via Banco Central.

Essa tática deveria ter sido usada por um tempo, pois não é sustentável, até que a estabilização econômica fosse alcançada. Mas ela teve um outro efeito. Com a relação dólar – real 1 para 1, o brasileiro (em especial a classe média) passou a desfrutar de algo até então distante! As viagens ao exterior e os produtos importados a preços acessíveis! Não precisamos explicar muito o que isso causou às nossas empresas nacionais. Tragédia!

As empresas nacionais já sofriam com a abertura de mercado feita por Collor (fez o certo de modo errado - abriu o mercado nacional à importação depois de décadas da Reserva de Mercado imposta pelos militares, mas sem critérios coerentes) pois não podiam competir de igual para igual com as estrangeiras (ou alguém acha que, por melhor que fosse, a Gradiente tinha como competir com a Sony ou a VW nacional e seu Gol quadrado contra a VW alemã e seu Golfe?). Basta lembrar as nossas ruas repletas de Golfs, Fiat Tipo, etc.

E o que o governo FHC fez? Deixou o dólar flutuar livremente assim que economia estabilizou? Não! Manteve a paridade 1 para 1 até ser reeleito! No dia seguinte do resultado anunciado da eleição de 1998, o dólar subiu imediatamente para R$1,60. Depois disparou.

 Ou seja, FHC utilizou-se de medidas “populares” para se manter na presidência a um custo elevado para o país!

O segundo governo FHC foi uma lástima. Desemprego  (muitas empresas nacionais tinham quebrado, lembram?), o dinheiro estrangeiro tinha ido embora (a privatizações enfrentavam reprovação popular e as boas empresas em sua maioria já haviam sido vendidas), os salários não cresciam (os dos servidores públicos e os da iniciativa privada, porque havia desemprego) e o Brasil precisava pedir empréstimos. Mas a inflação seguia sobre controle, mesmo com algumas variações (até maiores que hoje). Claro que não sem aumentar as taxas de juros até a estratosfera para atrair capital externo.... A economia dava sinais lentos de recuperação no final do governo FHC, mas baseada no juros altos prejudicava boa parte da população.

Então, era hora de mais uma eleição. Lula finalmente parecia que ia emplacar. E foi eleito! Claro que a despeito do desejo da maioria da população, o mercado financeiro achou péssimo. O investimento externo sumiu e o dólar chegou a custar mais de R$4,00 e a taxa de juros bateu em 45%!

Além disso, havia o medo de que o governo PT implantasse medidas econômicas controversas que destruíssem a estabilidade, conquistada nos últimos 8 anos. Talvez por isso, o PT tenha divulgado que cogitava manter o Presidente o BC do FHC, Armínio Fraga, à frente do BC ou como consultor:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u35701.shtml

Isso não ocorreu, mas Henrique Meirelles, então eleito Deputado Federal pelo PSDB-DF em 2002, foi o escolhido, acalmando o mercado.

Lula, por bem, fez o certo. Manteve as medidas econômicas de FHC e tratou de cuidar do lado social. Reuniu um punhado de programas sociais pequenos e criou o Bolsa Família. A ideia era tirar da pobreza milhões de brasileiros, o que de fato aconteceu.

Do ponto de vista econômico, o Bolsa Família teve outro efeito. De repente, o Brasil passou a ter um mercado consumidor que até então não existia! Milhões começaram a fazer a roda da economia girar. Isso fez a indústria nacional se reerguer e junto com ela o investimento estrangeiro, ávido por novos consumidores.

Com a entrada do capital estrangeiro como investimento e não só com “especulativo da bolsa”, a taxa de juros pôde ser reduzida e com isso, facilitar o crédito. A economia e o emprego dispararam com a política da distribuição direta de renda e crédito fácil e acessível! Idem os salários, já que a mão de obra qualificada começou a ficar escassa...

Então veio a crise de 2008. E o Brasil passou relativamente bem por ela! Com o mercado interno aquecido e sem os bancos nacionais adotarem políticas de alavancagem absurda como os de outros países, vivemos pouco mais de uma “marola” como previa Lula.

Só que nada é tão simples como sonham nossos governantes. Essa política de juros baixo + distribuição direta de renda + crediário não é sustentável. O primeiro pilar a ceder foi o crédito. O brasileiro se endividou a um ponto que a inadimplência disparou, fazendo aquele crédito fácil ficar cada vez mais difícil. Além do mais, a inflação começou a querer subir, forçando o governo subir também as taxas de juros (o que dificulta ainda mais o crédito). Por fim, o governo teve que segurar  artificialmente o preço de alguns itens, como gasolina e energia. Em parte para segurar a inflação, em parte para não fazer os mais pobres terem uma queda ainda maior no “novo padrão de vida”.

O que vivemos agora é um período em que o fantasma do desemprego assombra. Criamos o mercado mas ele não é sustentável, uma vez que não se cria riquezas (os novos consumidores não geram, em geral, mais empregos – 50mi se beneficiam do Bolsa Família e só 1,7mi deixaram o programa – e não se sabem quantos desses retornam após terem se desligado)

Então, o governo Dilma vive hoje três grandes problemas: (zero crescimento econômico – leia-se desemprego a médio prazo), inflação e juros alto. Uma situação complicada, já que de modo geral não é normal haver esses três componentes juntos pois são, por natureza, antagônicos.

E aonde entra Aécio Neves hoje?

Bom, primeiro, tenho mais absoluta certeza de que quem assumir em 2015 não vai abolir o Bolsa Família, já que além de ser um programa social importante ele é fundamental para a economia como explicitei acima. O Bolsa Família precisa sim urgentemente ser readequado, com uma política que não o torne “vitalício”  e incentive os beneficiários a se qualificarem e conseguirem empregos (gerar riquezas). A proposta de manter o Bolsa Família por 6 meses após o beneficiário conseguir emprego fixo é interessante, pois muitos se recusam a “ter a carteira assinada” para manter o Bolsa. Espero que os critérios e fiscalização para um cidadão se manter no programa também sejam revistos.

Segundo, pois é salutar à democracia que haja, se não renovação, pelo menos alternância no governo de um país. É assim nos EUA com os republicanos e democratas, no Reino Unido com Partido Conservador e Trabalhista e França com o Partido Socialista e o UMP. O que faz um governo avançar é a certeza de que se sua aprovação for baixa, outro grupo político tomará o poder em 4 anos. Sim! 4 anos! Eleição não é casamento nem time de futebol. Podemos trocar Aécio em 2018 caso os rumos tomados pela sua política não estejam de acordo com nossos anseios.

Terceiro, pois fará bem também ao PT. Internamente, outros grupos dentro do Partido dos Trabalhadores ganharão força para reivindicar mudanças (para melhor, espero, no partido). Fará bem ao PT perder o poder em uma reeleição. Poderá se reinventar. E, quem sabe, trazer de volta bons dissidentes que abandonaram o partido por não concordar com a política atual, como Cristovam Buarque, Eduardo Jorge e Marina Silva.

Quarto, pelo seu plano de governo. Alguns pontos interessantes, como a proposta de redução de impostos. O governo atual acenou timidamente com esse tema, reduzindo IPI aqui ou ali para incentivar o consumo em algumas áreas (como automóveis por exemplo). No plano de governo tucano há uma menção, apesar de genérica e pouco clara, de se criar a reforma tributária. Acredito que esse é o caminho que o Brasil precisa avançar muito. Perdemos bilhões no exterior por mês de compras de turistas, ávidos por pagar um valor mais baixo em produtos (muitas vezes com melhor qualidade). A redução dos impostos incentivará o consumo interno novamente, reaquecendo a economia e o mercado de empregos. Além de aumentar a competitividade de nossos produtos para exportação (apesar que muitos já gozam de impostos “normais” para essa finalidade). Além disso, o incentivo à Infraestrutura do Brasil deve ser pesado, pois o que encarece também nossos produtos é a dificuldade em escoar a produção e a incerteza com nosso fornecimento de energia elétrica cujo valor no mercado livre subiu de pouco mais de R$150,00 para quase R$ 900,00 no governo Dilma. Culpa da escassez de energia.

Sexto, e não menos importante, pela educação. Esse governo falhou, apesar dos programas de incentivo à educação, em promover a melhora do ensino no Brasil. Claro que o ensino fundamental e médio é de responsabilidade dos governos municipais e estaduais, mas o governo federal, dono da maior parte do bolo da arrecadação é o único que pode propor políticas nacionais de educação. E o governo atual falhou em melhorar o ensino no Brasil:

http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2014/09/1511466-ensino-medio-piora-apesar-de-promessas-de-governo.shtml=

Claro que muito se avançou em PROUNI e PRONATEC, mas o Brasil crescerá mesmo quando formarmos a primeira geração que teve ensino fundamental, médio e superior de qualidade. Enquanto ficarmos achando que “cotas” para estudantes de escolas públicas é a solução para o ensino do país ficaremos patinando. Como ex-professor universitário de universidade particular, descobri que não basta abrir centenas de milhares de vagas em curso superiores sem uma boa base. Um aluno de engenharia que chega ao último período do curso sem saber que “P=V.I” não está ajudando em nada a sociedade. Nem a si mesmo. Está ganhando um pedaço de papel escrito “engenheiro”.

Concluindo, volto a dizer que não acredito que Aécio Neves seja a solução para o Brasil. Mas acredito que seja a melhor escolha. Até o candidato que eu queria na presidência acha isso. Não creio estar tão errado assim.

http://acontecebrasilia.com.br/CulturaEmBrasilia/cristovam-buarque-vai-de-aecio-neves/

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Aos candidatos à prefeitura de Manaus: Trânsito

Aos candidatos à prefeitura de Manaus: Ao assistir o debate ontem, notei que os Srs(as) tem poucas propostas para o que Manaus mais precisa hoje: infraestrutura. E hoje vou dar minhas sugestões para o trânsito, pois está impossível se locomover em Manaus!
  1. Caminhões e carretas: Precisam ficar proibidas de circular de 06:00 às 8:30 e de 16:00 às 19:00. Como temos um distrito industrial dentro da cidade, o transito desses veículos nas estreitas avenidas da cidade comprometem e muito o trânsito. Estes horários são quando a maior parte da população se desloca do trabalho para casa e vice versa. Nossas ruas e avenidas não suportam um trafego desses.
  2. Semáforos inteligentes e sincronizados. Façam uma experiência. 3:00am de uma segunda feira, experimentem pegar a Tefé (uma das principais avenidas da região da Caichoeirinha) na Praça 14 e se desloquem até o complexo Gilberto Mestrinho. Contem quantos semáforos vocês pegam fechados. Quase todos! Sem uma “onda verde”, que existe a mais de 30 anos nas capitais do sudeste, Manaus não anda!
  3. Faixas pintadas: Quantas ruas e avenidas de Manaus possuem sinalização de faixas (pintura nas vias – sinalização horizontal)? Quase nenhuma! Resultado: Caos!!!! Cada um anda aonde bem entende e o trânsito não flui...
  4. Estacionamentos proibidos. Urgente as principais vias de Manaus precisam se tornar locais proibidos de parar e estacionar: motivo: A grande maioria tem 2 faixas. Devem ser instaladas placas e principalmente ser feita a fiscalização. Marronzinhos nas ruas multando quem para em local irregular!
  5. Calçadas. Lugar de pedestre é nas calçadas. Mas hoje Manaus tem tudo nas calçadas menos pedestres: Churrasquinho, estacionamento de comércio (sem o devido recuo), camelôs, mato...
  6. Corredores de interligação. Infelizmente, é caro e “pouco popular” a desapropriação de margens de avenidas para alargá-las. Mas não tem outra opção! Nossas principais avenidas tem 2 pistas em sua maioria! Desapropriar e indenizar só quem tem a posse regular do imóvel! Invasão não tem direito à indenização!
  7. Fiscalização pesada contra quem para em fila dupla, faz conversão proibida e anda na contramão! Rua não é a casa da mãe Joana!


A partir daí, devemos expandir viadutos e passagens de nível. Aí sim Manaus vai andar!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O assunto do dia: iPhone5

1988. A equipe Mclaren fechava o ano com um dos maiores sucessos da história da Fórmula 1. A união de um carro com aerodinâmica inovadora, o poderoso motor Honda e os dois melhores pilotos da época. Resultado: 15 vitórias em 16 GPs, criando virtualmente uma categoria paralela, já que as demais equipes sequer conseguiam acompanhar o ritmo dos carros vermelhos e brancos.

1992. A equipe Mclaren, ainda com Ayrton Senna, já não acompanhava A. Prost e sua “Willians do outro mundo”. Mas ainda se apoiava no seu grande piloto e no ainda poderoso motor Honda, que deixou a F1 no final daquele ano, mas com um carro de aerodinâmica ultrapassada, amargando um período de pouca competitividade por vários anos a seguir.

2007. A Apple, uma fabricante de microcomputadores lançava no mercado um telefone revolucionário, o iPhone. Diferente do padrão ditado pela gigante Nokia, o telefone revolucionava em design, em aplicativos, em funcionalidade. Deixava de lado o teclado físico, vinha com uma gigante tela de 3,5” e mudou para sempre a forma de se usar um telefone.

2012. 12 de setembro: No primeiro grande evento sem seu fundador, que havia morrido de câncer, a Apple lança seu esperado iPhone5. A despeito das inovações de 2007, o telefone não mostra nenhuma grande evolução em termo de design e já dá, há mais de um ano, sinais de que não consegue competir com os poderosos Samsungs Galaxys Notes e S3.

Nostalgias à parte, vou tentar fazer um pequeno review com a pretensão de quem acha que conhece um pouquinho de tecnologia. Claro que não sou nenhum fã da Apple, isso de longa data, desde meu primeiro IBM PC em 1993. Mas vou tentar ser o mais imparcial possível nos meus comentários.

Primeiro, parece piada, mas no início desse ano fiz uma brincadeira com meus grandes amigos Paulo, Soraya e Gigia: “- Querem ver como será o iPhone 5", eu disse. “- Queremos", eles disseram. Tirei então do bolso meu Galaxy S2, adquirido alguns meses antes e mostrei a eles: “Está aqui como será o iPhone 5 !!!”.

Claro que eles rebateram a brincadeira, sempre dizendo que a Samsung era uma mera plagiadora das ideias da Apple, que o iPhone era melhor, que o Galaxy era muito grande, que o Android não prestava, etc, etc, etc. Mas estava claro que com o lançamento do 4S, os smartphones da Apple, já no final de 2011 e início de 2012, davam sinais de cansaço frente ao diversos aparelhos de fabricantes que usavam Android. O 4S veio basicamente tentar se equiparar ao recém-lançado Galaxy S2 em dois pontos fundamentais: Processador dual core e câmera de 8 Mega pixels, itens que a grande maioria dos usuários (leigos) entendem e levam em consideração na hora de escolher um equipamento.

Do lançamento do 4S em diante, a Samsung lançou uma infinidade de smartphones de baixo e alto custo e em especial, três deles se destacaram: Galaxy Nexus, que é um S2 turbinado, com uma gigante tela de 4,7”, um design moderno e o novíssimo Android 4.0 (hoje no 4.1), o Galaxy Notes, um meio termo entre smartphone e tablet que criou um novo mercado (foblets) e recentemente o Galaxy S3, que deixo para fazer a comparação com o iphone5.

fonte: http://www.anandtech.com/show/6275/our-apple-iphone-5-live-blog


Bem, lançado o iphone5 não deixo de me vangloriar de como a brincadeira do início do ano com os amigos se tornou real! O mais novo smartphone da Apple teve como maior mudança, uma tentativa de adequação da “aerodinâmica” ultrapassada: A tela de 3,5” foi para 4” “widescreen”, ficando muito parecida com o 4,3” do já “antiquado” Galaxy S2. A tela do S3, por exemplo, já está com 4,8”, o que facilita muito nos jogos e navegação na internet. A resolução do S3 também é maior, 1280x720 contra 1136x640 do iphone5. O iphone, devido a tela menor, apresenta a quantidade de pontos por polegada ligeiramente superior, 326ppi x 306ppi do S3, que na prática não muda o fato de que usar o S3 para qualquer coisa que não seja realizar uma ligação telefônica seja melhor de trabalhar.

Outra mudança no visual foi a diminuição no uso do vidro como estrutura do telefone, que o deixava bonito, mas muito frágil. Contei vários iphones 4 e 4S de conhecidos ou mesmo de desconhecidos na rua com seus displays estilhaçados. O uso do aço, como o dos notebooks da Apple dão um visual bonito ao mesmo tempo que os tornam mais resistentes. Isso sem falar na espessura que reduziu 18% em relação ao 4S, ficando com 7,6mm, mais fino que o S3 com seus 8,6mm. Ponto para a Apple!

A camera manteve os 8 Mega pixels do 4S, mas trouxe mudanças mais finas e não menos importantes, como o uso nativo da panorâmica. Hoje, uma boa camera nos smartphones são altamente desejaveis, já que quase ninguém sai de casa com uma camera fotografica para um passeio casual. Ou mesmo em uma viagem de férias, uma camera dedicada é só mais um penduricalho para carregar. Para 90% dos casos, uma boa camera de celular já garante fotografias memoráveis.

Mas talvez a melhor (e ainda enigmática mudança) seja no processador e no processador de vídeo, qua a Apple afirma ser 2x mais veloz que os do 4S. Assim como o motor Honda da Mclaren de 1992, os processadores da Apple ainda trazem uma vantagem, pelo menos nos tablets, frente aos demais fabricantes. Essa pode ser a peça chave para que o iphone 5 seja superior em um ítem importante frente aos Samsungs e Sony's mais modernos. Só saberemos quando a imprensa especializada colocar a mão no iphone5 e realizar testes de desempenho.

Da mesma forma, os números apresentados de duração da bateria devem ser validados pelos sites especializados. Falar, por exemplo, que durou 40hs de uso como MP3 player é muito vago. Um teste padronizado deve ser usado para testar aparelhos diferentes, como mesmo fone de ouvido, condições de temperatura, volume do aparelho etc. Sem isso, são só numeros ao vento. Mais uma vez vamos aguardar...

Na parte de conexão, finalmente a Apple lançou um aparelho com 4G LTE, o que deve lhe render um processo por parte da Samsung, dona da patente da tecnologia (mais uma briga). O wifi agora permite conexões no novo padrão de 5Ghz (802.11a), que já são adotados pela Samsung desde o S2 de 2011. Está chegando atrasado neste quesito.

Outra mudança, talvez necessária mas para pior: O conector para o cabo do carregador e conexões externas. Mais uma vez a Apple se mostra Apple e se nega a usar o padrão micro-usb adotado por todos os outros fabricantes do mundo. E pior: atrapalha a conexão com os diversos acessórios já existentes para Apples, já que depende de um adaptador feio, vendido à parte e que com certeza não vai permitir 100% de compatibilidade com os dock existentes, por exemplo.

Por fim, o lançamento o iOS6 que deve trazer avanços no layout, melhor uso de processamento, menor consumo de bateria, maior integração com os iclouds, itunes e demais itudos da vida. Quem sabe agora o bluetooth venha desbloqueado para permitir conexões com o resto dos terráqueos, já que é ridículo os equipamentos Apple só se comunicarem por essa tecnologia com outro Apple.... seria bem vindo! Mas tenho certeza que não!

Concluíndo, o iphone5 nos indica que a Apple não é mais a mesma Apple. Talvez pela morte do Sr. Jobs ou porque naturalmente essas coisas acontecem... A Motorola já foi a bam bam bam, depois a Nokia, seguida pela Apple e agora pela Samsung. Quem sabe logo logo pela Sony ou pela Google! Apesar de ser a empresa mais valiosa do mundo, com uma legião de fãs, o iphone 4S já foi superado em vendas pelo Galaxy S3, nos Eua e em vários países. Os smartphones com Android já são a grande maioria e a fatia de bolo da Apple em telefonia vem diminuindo. E o iphone5 não parece que vai ter fôlego para desbancar o Galaxy S3, que para mim continua sendo o melhor smartphone do mundo! Aquele lance de enquanto você olha para a tela ela não entrar em standby e conexão NFC (aquela de transmitir dados encostando um aparelho no outro) são inovações que valem à pena! Fora que o design do S3 é lindo, só fica atrás da nitidez maravilhosa da sua tela! Não tenho dúvidas! O S3 é o smartphone dos sonhos!